sexta-feira, 28 de maio de 2010

Silêncio

Esse poema é bem recente, do começo do ano, já na minha fase um pouco menos exagerada, mas ainda assim uma composição romântica. Gosto bastante dele, está longe de ser genial, mas é bom. Depois que eu terminei de compor, tive a sensação de que já tinha ouvido alguma coisa parecida em algum lugar, talvez seja apenas um Dejà Vu. Apreciem!


Silêncio

Do riso, veio o choro.
De um ensolarado dia de verão,
Surgiu um dia cinza de inverno.
De um grito por uma coisa conquistada,
Veio o silêncio por uma derrota amargurada.
E dos elogios de orgulho,
Surgiram os xingamentos de descontentamento.

Mas de tudo isso, o pior é o silêncio,
Em que nada se fala, nada se diz.
Os olhos não se cruzam,
As palavras não se encontram,
Os universos são diferentes.

Nesse silêncio absoluto
Nada acontece.
A flor não desabrocha,
O pássaro não canta,
A chuva não cai,
O sol não nasce.

E sem sol não há luz, não há calor,
Existe apenas a mais fria escuridão.
Que vai te consumindo aos poucos,
Que transforma o palhaço mais colorido
Em um ser sem cor, sem vida.

Se entregar a isso é a única saída,
Não adianta lutar.
O melhor é se render a esse poço de solidão,
Se tornar o humano mais sem vida do mundo.

Mas isso eu não quero!
Se tiver choro, conte uma piada,
Se tiver frio, faça fogo,
Se a flor não nasce, regue-a,
Se o pássaro não canta, cante para ele,
Se não tem sol, acenda uma luz,
E se houver silêncio,
Não pense duas vezes,
Faça barulho!
Marcelo Daros

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