sexta-feira, 30 de julho de 2010

Musicalidade

Poema novo, dessa vez a indicação do tema foi feita pela minha amiga Carol Macci (twitter: @CaMacci). Apreciem!

Musicalidade

Poucos têm a musicalidade nas veias.
Conseguir criar com perfeição
Uma harmonia entre acordes e melodia.

Tenho inveja dos brilhantes
Que conseguem regurgitar com tanta facilidade
Notas umas atrás das outras.

Os gênios musicais
Transmitindo sentimentos imortais
Através de sons e letras.

Mas o verdadeiro músico
Não se preocupa com o barulho das notas,
E sim com o silêncio das pausas.
Marcelo Daros

terça-feira, 27 de julho de 2010

Capitão de Navio

Poema novo. Indicação do tema feita por meu amigo Caio Donini. Gostei muito do resultado.

Capitão de Navio

Fui levado pelo vento e pelas ondas,
Vendo o sol nascer, iluminando as águas.
Cada raio reflete sua beleza no espelho azulado
Fazendo minha mente pensar em seu olhar.

Os movimentos ondulares das águas
Repetidos, incansáveis, infinitos.
Lembram-me as curvas de sua silhueta,
Quando minha mão passava por ela.

O vento que sopra forte,
Acariciando meu rosto,
Como sua respiração ofegante
E sua mão delicada.

Quando o sol se deita no horizonte,
Leva consigo a luz e traz a escuridão.
Eis que surge imponente no céu a lua,
Tão branca e bela como sua pele.

A chuva noturna molha meu corpo,
Assim como suas lágrimas em nossa despedida.
Queria poder te ver mais uma vez,
Antes que meu corpo suma no oceano,
Junto com este barco maldito
Que afunda com ele nosso amor.
Marcelo Daros

domingo, 18 de julho de 2010

Silêncio de 1 Minuto

Este poema, na verdade é um samba de Noel Rosa, mas que casa perfeitamente com o blog. Resolvi divulgar por ser umas das mais de 300 obras primas de Noel, sambista que comemoraria este ano 100 anos de vida!

Não te vejo e não te escuto
O meu samba está de luto
Eu peço o silêncio de um minuto

Homenagem a história

De um amor cheio de glória
Que me pesa na memória
Nosso amor cheio de glória
De prazer e de emoção
Foi vencido e a vitória

Cabe à tua ingratidão

Tu cavaste a minha dor

Com a pá do fingimento

E cobriste o nosso amor
Com a cal do esquecimento

Teu silêncio absoluto

Obrigou-me a confessar
Que o meu samba está de luto

Meu violão vai soluçar

Luto preto é vaidade
Neste funeral de amor
O meu luto é saudade
E saudade não tem cor

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Contrário de Amor

Será mesmo o ódio o contrário do amor?
Quem não ama, odeia então?
Seja o ódio a causa da separação,
Torna-se o amor o motivo da união.

Triste aquele que só odeia,
Acaba solitário durante a ceia,
Tomando o último gole do vinho
Indo para leito sozinho.

Quem odeia também pode amar,
Basta o ódio em amor transformar.
Tarefa fácil para qualquer um,
Até para aqueles sem amor algum.

O ódio é bem próximo do amor,
Ele dói, queima, causa revolta.
O que é ódio pode tornar-se amor,
E o que é amor pode tornar-se ódio.

Logo, duas coisas tão próximas não podem ser contrários,
Digo que o oposto de ódio é adoração.
Mas aí surge a pergunta:
Qual será o oposto de amor?

Não tenho uma resposta exata,
Já sabemos que não é ódio.
Então eu lhes digo minha crença:
O contrário do amor é a indiferença.
Marcelo Daros