sábado, 21 de agosto de 2010

18 de agosto

Poesia que eu fiz para um exercício da faculdade, na matéria de oficina de textos. Gostei demais do resultado.

18 de agosto

Acordei numa noite fria
Saindo debaixo das cobertas.
Ainda bem que não chovia,
Caso contrário, não tiraria da cama minhas costas.

Tomo café e como o morango.
Pego a toalha e vou pro banho.
A água quente que sai do chuveiro
Acaba lavando meu corpo inteiro.

Boto a roupa e saio de casa,
Pego o vento gelado da manhã,
Cubro-me com o agasalho
E vou-me embora para o trabalho.

Almoço farto e requentado.
Sento no sofá,
Esperando o tempo passar,
Voltando novamente para o serviço enrolado.

Chego em casa logo às quatro,
Troco os trajes e durmo um pouco.
Deu a hora da faculdade
E de mochila na mão
Sinto o peso da idade.

Acaba a aula, volto ao lar.
Janto bem e boto o pijama.
Não me resta mais nada no dia,
Só ir deitar encobertado na cama,
Não sem antes lavar o rosto
E esperar pelo 19 de agosto.
Marcelo Daros

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Confinamento na escuridão

Desta vez não precisei de indicação para o tema. Mas não tenho ideia de onde veio, simplesmente brotou dentro de minha mente. Apreciem!!

Confinamento na escuridão

Estou trancado nesse mundo obscuro.
Não há luz, somente sombras.
Tudo ao meu lado move-se
E eu permaneço imóvel.

Não penso há muito tempo.
Perdi essa capacidade
Graças ao ostracismo exagerado,
Que apareceu com a idade.

Estou beirando a loucura,
Sem pensar, sem falar, sem ouvir.
Logo perderei a consciência
Acabando com minha existência.

O confinamento não acaba nunca,
Quero sair, quero voltar a ver a luz,
Ouvir o buzinar dos carros,
Falar descontroladamente
Conhecer pessoas, encontrar amigos.
Tudo o que quero é voltar à vida.

Porém o mais importante é pensar.
Perder horas pensando em que comer,
Em que roupa usar, em que lugar irá.
O pensamento é o dom mais sagrado do ser humano,
Quem não pensa, não consegue falar direito.
Quem não fala fica apenas ouvindo o mundo passar.
Quem só ouve, torna-se apenas mais um.
Marcelo Daros